Há três aspectos sobre a miséria que merecem comentário: político, histórico e cultural.
Do pontos de vista político, a constituição, a constituição brasileira de 1988, prevê a erradicação da pobreza em seu Título I “dos Princípios Fundamentais”, Art. 3º inciso III: erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.
Diversas leis foram propostas e outras tantas aprovadas. Leis que prevêem sistemas de cotas, auxílio às famílias carentes, isenção de taxas em concursos, subsídio à sesta básica, doação de lotes, financiamento de imóveis mais acessível, entre outros.
Do pontos de vista político, a constituição, a constituição brasileira de 1988, prevê a erradicação da pobreza em seu Título I “dos Princípios Fundamentais”, Art. 3º inciso III: erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.
Diversas leis foram propostas e outras tantas aprovadas. Leis que prevêem sistemas de cotas, auxílio às famílias carentes, isenção de taxas em concursos, subsídio à sesta básica, doação de lotes, financiamento de imóveis mais acessível, entre outros.
A História deixa claro que qualquer pessoa pode enriquecer ou empobrecer da noite para o dia. Catástrofes, reviravoltas, guerras, jogos, coincidências e outros eventos possibilitam este fenômeno da mudança de condição. Portanto ninguém pode considerar-se à salvo da miséria ou inacessível à fortuna.
Resta então considerar o que pode ser mudado acerca da miséria do ponto de vista cultural. Neste particular é importante compreender que há dois tipos de miséria: a involuntária e a voluntária.
A involuntária, em grande parte, é causada por calamidades naturais, guerras, ou políticas racistas. O indivíduo pouco pode fazer sem ajuda de terceiros.
A voluntária, por outro lado, é conseqüência de uma cultura de miséria. A pessoa se vê as voltas com uma estima baixa ou uma visão de mundo tacanha. E aqui não se deve considerar a fortuna, mas tão somente uma dignidade de vida, bens e posição social. O mínimo para que a pessoa viva confortavelmente e com segurança. Possa alimentar-se, vestir-se, morar, trabalhar e acessar todos os direitos legais.
Quanto à miséria voluntária, a consciência determina até onde alguém consegue chegar. Já presenciei pessoas “vencendo” na vida e pessoas que “fracassaram”. Quantos amigos e vizinhos não alcançaram uma posição social de respeito? Tornaram-se empresários, funcionários públicos com salários dignos, ou funcionários de grandes corporações. Por outro lado tenho conhecidos que sobrevivem em condições precárias.
Mudar a visão de mundo, no que tange a miséria voluntária, é inquestionável. O indivíduo precisa compreender a necessidade de construir a própria dignidade. Todos têm que enfrentar obstáculos, a diferença está na determinação, na meta, no esforço. Acomodação, lamentação, e busca de culpados não muda nenhuma situação. Se todas as pessoas esforçassem-se por melhorar sua condição econômica e social a sociedade melhoraria. Não digo a miséria seria eliminada, pois vários fatores interferentes se manifestam. Contudo, uma escalada rumo a uma sociedade mais homogênea estaria estabelecida.
O desemprego, por exemplo, choca-se com a desqualificação e as políticas governamentais de geração de novos postos de trabalho.
O consumismo sem responsabilidade, incentivado pela mídia, cria pessoas endividadas e sem controle que gastos.
A busca pela inclusão gera pessoas frustradas ou desonestas. E umas poucas que atingem honestamente esta meta.
Refletir sobre a pobreza dos “outros” é cômodo, o difícil e avaliar o risco que corremos com nossas escolhas ou falta destas.
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